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"Ele me encarou e levou a mão no meu celular. Ele quis correr e peguei ele por trás. Ele me deu um soco com o cotovelo e me derrubou. Caí na pedra, quase que me machucou bastante", explica o morador Dinar da Silva.
Entretanto, uma mulher que presenciou o crime perseguiu o suspeito pelas ruas do Centro até que ele fosse contido e derrubado no chão por dois homens. "Os meus amigos correram atrás dele e não deixaram ele escapar", relata Dinar.
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Leia a matéria completa (G1).
Para começar, a pessoa não foi vítima de furto (subtração de bem pela FURTIVIDADE). Foi vítima de um roubo. Isso, somado ao uso da palavra "suspeito", pode indicar a tendência da imprensa de sempre proteger o bandido porque, para o jornalismo, existem três níveis de envolvimento num crime: o criminoso, o suspeito e a vítima (além das pessoas que são somente testemunhas).
Outro ponto a ser destacado é o bem que pessoas capazes trazem à sociedade. Um crime foi evitado. Em certas ocasiões, REAJA.
Depois de já ter concluído essa postagem, me deparo com a seguinte notícia:
Para começar, uma grande parcela das pessoas que interagem com a notícia só lerão o título da manchete ("Jovem morre baleado durante festa de casamento em Guarapuava; suspeito de atirar é PM"). Alguns estimam que sejam números ao redor de 70%. Dos 30% restantes, uma grande parcela só lerá até o lead ("Crime ocorreu na madrugada deste sábado (9), no bairro Morro Alto."). A minoria das pessoas lerá a notícia.
Pelo menos, dessa vez, utilizaram a palavra "suspeito" e não disseram que o PM é o "homicida", "assassino" ou "criminoso".
Mesmo assim, o evento (morte do jovem) é tratado como crime pela imprensa e não como o que realmente foi segundo a própria reportagem: legítima defesa. A imprensa abusa dessa estratégia: trata como crime o que não é. Às vezes acontece o oposto: trata como legal o que é crime. Há quem suspeite que isso seja uma estratégia bem pensada, não um descuido. Dessa forma, pessoas influenciadas pela imprensa tenderiam a acreditar que apesar de ser considerado legalmente correto, a legítima defesa é tida como errado pela sociedade. Ou então, em outras circunstâncias, apesar de tal atitude ser considerada crime pela lei, a sociedade não vê dessa maneira.
Essa consideração final é para que as pessoas tenham um pouco mais de crítica ao ler uma notícia, não aceitando pressões (seja ela da imprensa, dos políticos, do judiciário ou, até mesmo, de seus amigos e conhecidos) contra a legítima defesa.
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