Roubo Ostentação

Se o jovem rouba porque a sociedade diz que ele só será feliz se tiver "item de grife no vestuário", então temos que aceitar situações semelhantes. Nesse raciocínio, corrupção ("a sociedade diz que o político só será feliz se tiver um jatinho") e estupro ("a sociedade diz que o homem só será feliz se mantiver conjunção carnal com mulheres bonitas") seriam mais culpa de um ser abstrato ("cultura") e menos do indivíduo. 
Já a vítima, como é amplamente dito, não deve reagir num crime.
Talvez seja por isso que o Brasil é um dos países mais violentos do mundo: o bandido tem o direito e a vítima tem o dever de obedecer.

Assisti recentemente em programa televisivo sobre o chamado “roubo ostentação”, moda que se disseminava em Belo Horizonte, em Minas Gerais, mas cujo fenômeno seria encontrado nas principais capitais do País. Trata-se do roubo com o mero objetivo de ostentar. Explico. Jovens e crianças humildes que frequentam lugares públicos nas suas comunidades, dos quais o exemplo mais emblemático é o baile funk, devem conter pelo menos um item de grife no vestuário (tênis, calça, camisa ou boné). Quanto mais itens melhor. Maior será a ostentação e o reconhecimento do “sucesso” entre os amigos daquela comunidade. Em alguns casos mais graves relatados na matéria, o roubo de carro tinha como motivação a ida para determinado baile ou evento da comunidade.

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