Ciclo OODA

Existe uma ferramenta para demonstrar como são as tomadas de decisão. Formulada por John Boyd, o ciclo OODA é algo que acontece naturalmente com todos os seres humanos e, até mesmo, com organizações. É válida para qualquer tipo de reação. Mesmo quando a ameaça ainda não se transformou em agressão, já utilizamos esses mesmos passos.

A importância desse ciclo foi agilizar a tomada de decisões durante a guerra. Inicia-se com a observação, ou seja, a coleta de dados. Por exemplo, você vê uma pessoa a um metro de distância dar um passo na sua direção ao mesmo tempo em que eleva o punho fechado. A partir daí, automaticamente ou não, nosso cérebro avaliará a situação, concluindo que se trata de uma provável agressão com um soco. Frente a isso, decidiremos o que devemos fazer. Um chute, por exemplo. Uma vez decidido, nosso corpo deverá agir, executando o chute. Após essa sequência, tudo se reinicia. Observação. O chute foi efetivo? Há outras pessoas hostis? Avaliação…

Nas artes marciais, especialmente numa situação de defesa pessoal, é importante que não paremos na ação. Um novo ciclo deve se iniciar. Ou corremos o risco de sermos atacados por outros agressores, por exemplo. Essa é a função do zanshin. Mais claramente, após se livrar da primeira ameaça (seja por ter derrubado e golpeado o inimigo, seja por tê-lo afugentado com comandos de voz), deve fazer um scan visual em 360°. E, para que isso aconteça na vida real, tem que ser incorporado ao treinamento. Derrubou e golpeou, basta seguir a seqüência: olhar para frente, olhar para trás por um lado, olhar para trás pelo outro lado.

Já havia sido publicado sobre o ciclo OODA aqui.

Complemento em 17/05/2017: É o que Paulo Albuquerque do Kombato chama de "RODA" (Ronda Visual, Observação, Decisão e Ação). Outra arte marcial que enfoca nisso é o Keysi. Esse método de defesa possui movimentos muito estranhos à maioria das outras artes, mas é possível ver procedimento de rastreamento ativo de ameaças.