O principal objetivo dessa página é divulgar o Krav Maga em Curitiba. Para isso, comentaremos, entre outros, principalmente sobre técnicas de defesa pessoal, segurança pública, preparação física, prevenção da violência e aspectos psicológicos da defesa pessoal. Também será comentado sobre outras artes marciais com foco em defesa pessoal. Não é objetivo dessa página fomentar brigas entre as escolas e nem ensinar técnicas.
Introdução
Onde Treinar? |
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FSAKM: | Centro de Treinamento Paranaense | Instituto SOBS | |
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Bukan: | Jadim das Américas | Ecoville | |
FPKMK: | Academia Território Top Team | VO2 Sports | |
Se você conhece mais algum local de treinamento em Curitiba ou Região Metropolitana, por favor comunique. Se for comprovada a "linhagem", será adicionado aqui. O que é Krav Maga? Qual é o legítimo representante do Krav Maga? Qual a diferença entre as escolas? Como achar o conteúdo que eu quero neste blog? |
segunda-feira, 16 de outubro de 2017
Desastre
O que não fazer no caso de um desastre
Zaria Gorvett
Da BBC Future
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Surpreendentemente, muitas pessoas em cenários mortais como esse não agem rápido o bastante para salvar suas próprias vidas. Desde discutir sobre alguma bobagem enquanto um navio afunda em meio a uma tempestade até ficar parado na praia diante de um tsunami, há anos psicólogos sabem que as pessoas tomam decisões autodestrutivas quando estão sob pressão.
Apesar de os noticiários focarem em milagres de sobrevivência, escapar com vida geralmente não depende das ações que se toma.
"Um treinamento de sobrevivência não é tanto sobre treinar as pessoas para fazer algo - você está sobretudo treinando-as para não fazer algumas coisas que elas normalmente fariam", diz John Leach, psicólogo da Universidade de Portsmouth que em 1987 sobreviveu à tragédia do incêndio da estação King's Cross, em Londres. Sua estimativa é que entre 80% e 90% das pessoas respondem a uma crise de maneira inapropriada.
Gravações do terremoto no Japão em 2011 mostram pessoas arriscando suas vidas para evitar que garrafas de bebida alcoólicas caíssem no chão em um supermercado. E quando um avião pegou fogo em um aeroporto em Denver (EUA), em julho deste ano, passageiros permaneceram na aeronave para ver as chamas e tirar selfies.
E não é uma questão de inteligência - a cortina de fumaça que o cérebro cria em situações de emergência afeta a todos.
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1. Congelar
Quando pensamos em desastres, tendemos a imaginar uma histeria em massa. Nos filmes, as pessoas saem correndo agitando os braços. Mas a realidade é que a mais natural resposta humana diante do perigo é simplesmente não fazer nada.
Durante um dos mais recentes atentados em Londres, em junho, um policial que enfrentou os extremistas descreveu as pessoas no local "como coelhos parados diante de um lobo".
Apesar de parecermos passivos, quando estamos paralisados de medo o cérebro está puxando os freios. Conforme a adrenalina aumenta pelo corpo e nossos músculos tensionam, o primitivo cerebelo na base dos nossos pescoços envia um sinal para nos manter ligados à realidade.
É o mesmo mecanismo presente no reino animal, de ratos a coelhos, uma tentativa de último minuto de impedir um predador de nos notar. Mas em um desastre, enfrentar essa "ressaca" de nossos dias na savana é vital para a sobrevivência.
2. Agir sem pensar
As primeiras pistas de que nossos cérebros tendem a entrar em crise sob estresse chegaram a partir de uma descoberta alarmante.
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Entre 19 e 21 de janeiro, aconteceram 23 ataques. Em todos eles, mais de 11 mil quilos de explosivos pesados foram jogados sobre a população da cidade de Tel Aviv.
Apesar da ausência de armas químicas, mais de mil pessoas ficaram feridas. Mas não da maneira como você imagina. Uma observação mais minuciosa a respeito das admissões em hospitais revelou que apenas 234 (22%) dos ferimentos tinham relação direta com uma explosão. A grande maioria - mais de 800 pessoas - ficou ferida durante um dos vários alarmes falsos.
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Isso porque inventar uma nova estratégia depende da memória em funcionamento, que é responsável por guardar informações temporariamente enquanto tomamos decisões. "O cérebro tem uma capacidade muito limitada para processar informações novas", diz Sarita Robinson, uma psicóloga da Universidade Central de Lancashire.
Em um desastre, a velocidade com que pensamos nas nossas opções vai de mal a pior. A primeira reação do cérebro é nos inundar com o hormônio dopamina, do bem-estar. Isso pode parecer contra-intuitivo, mas apesar de geralmente estar associada com recompensas, a dopamina também tem um papel crucial no preparo do corpo para encarar o perigo. Ela provoca a liberação de mais hormônios, incluindo adrenalina e o químico de estresse cortisol.
E é aí que começa a bagunça. Esse coquetel de hormônios bloqueia o córtex pré-frontal, que fica atrás da testa e é responsável por funções como a memória em funcionamento. Justamente quando mais precisamos da nossa engenhosidade, ficamos esquecidos e com a tendência a tomar decisões ruins.
3. Ter "visão em túnel"
Em uma crise, é reconfortante pensar que vamos reagir pensando criativamente. Mas é justamente o contrário. Uma resposta típica a um desastre é a chamada "perseverança" - tentar resolver um problema de uma maneira única de novo e de novo e de novo, sem se importar com os resultados.
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Essa visão em túnel também é vista nas pessoas com dano permanente no córtex pré-frontal, o que sugere que a resposta do cérebro ao estresse desliga essa região, o que explicaria esse pensamento nada flexível em momentos de crise.
4. Ficar preso à rotina
Depois de anos trabalhando com as pessoas para aumentar a consciência a respeito de tsunamis em áreas de risco elevado, James Goff, especialista em administração de desastres e emergências da Universidade do Havaí, viu muitas reações inacreditáveis a momentos de crise.
Arriscar sua vida por sua carteira em um assalto parece loucura ou simplesmente estupidez. Mas é algo extremamente comum - tão comum que os psicólogos de sobrevivência têm uma palavra para isso: "comportamento estereotípico".
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Nos humanos, isso se refere ao desconcertante fenômeno de continuar com as rotinas diárias mesmo quando, por exemplo, a sua casa está pegando fogo. "Quando você sai de casa, pega sua carteira - você nem pensa nisso. É automático", diz Goff.
Quando o voo 521 da companhia aérea Emirates se acidentou no Aeroporto Internacional de Dubai no ano passado, apareceram vídeos de passageiros vasculhando o avião em chamas atrás de suas bagagens nos compartimentos acima do assento. Por sorte, nenhum passageiro morreu como resultado disso (apesar de um bombeiro ter morrido ao combater o incêndio).
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Em uma emergência, ajustarmos à nova situação pode ser mais do que nossos cérebros podem suportar. Em vez disso, tendemos a continuar nossas vidas como se nada estivesse acontecendo.
5. Negação
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De acordo com Robinson, a negação geralmente ocorre por dois motivos, ou porque a pessoa não consegue interpretar a situação como perigosa ou porque simplesmente não quer fazer isso. O último é extremamente comum em casos de incêndio, já que evacuar nossas casas significa entregá-las às ruínas.
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Há décadas os cientistas sabem que a maioria de nós é péssima em calcular riscos. Quando há muito em jogo, nossos cérebros tendem a depender mais de sentimentos do que de fatos, banindo pensamentos estressantes e nos confortando ao explicar os perigos. Isso pode explicar por que pacientes de câncer esperam em média quatro meses antes de ter seus sintomas examinados por um médico ou por que as pessoas nos andares mais altos do World Trade Center esperaram em média 5 minutos antes de começar a sair.
Yossi Hasson vivenciou em primeira mão a sensação de negação da realidade de um desastre.
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O que você deve fazer em um desastre
A esse ponto, você provavelmente está se perguntando: se não podemos depender dos nossos instintos naturais, com o que podemos contar?
Para Goff, para você sobreviver a um desastre natural você precisa ter um plano. "Se você sabe com antecedência o que você está fazendo e começa a fazê-lo cedo, provavelmente consegue sobreviver a um tsunami", diz ele. "Mas pode ser um pouco difícil".
Leach tem anos de experiência treinando exércitos para escapar de cenários aterradores - de tomadas de reféns até helicópteros que caíram na água (dica: fique no seu assento até que a fuselagem tenha sido inundada pela água e virada de ponta cabeça, então saia no último minuto para evitar ficar preso no motor ainda em funcionamento).
Ele sabe que o melhor jeito de sair de uma pane mental é substituir reações automáticas que não ajudam em nada por outras que podem salvar a sua vida. "Você precisa praticar e praticar até que a técnica de sobrevivência seja o comportamento dominante", diz ele.
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Leia a matéria completa (BBC).
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